Open Office – para Macintosh, Linux, Windows , programas de edição de vídeo, áudio, 3D, vectorial, motores de busca (Apache, Firefox), spyware, firewall’s, anti-virus, etc.; enfim, estamos perante um leque de programas “livres de chancela empresarial (Adobe, Macromedia etc.)” definidos como open-source – estes já fazem parte do dia-a-dia de grandes empresas norte-americanas e europeias para o sucesso nas várias tarefas que compõem a sua realidade profissional.
“Em dez anos, o ‘open-source’ deixou de ser usado apenas por estudantes, autodidactas... e passou a ser aceite por grandes organizações”, afirma Micheal Goulde (citado no artigo “Software livre ganha galões”, de João Ramos, Expresso, 27/10/2007). Apesar do sucesso, há ainda alguma resistência à implementação deste tipo de software nas empresas; isto acontece porque os resquícios do imperialismo económico e informático tradicionalista ainda imperam nas atitudes de quem tem o poder para decidir. Porém, independentemente de alguma relutância, há exemplos de sucesso em causas nobres, como o que acontece no auxílio ao combate contra a cólera – exemplo dado por Thomas Goetz, na revista on-line WIRED. Neste aspecto temos computadores acessíveis com programas gratuitos utilizados nas acções de auxilio de associações de voluntariado.
Temos assistido, recentemente, a um grande interesse por parte dos produtores de conteúdos, programadores, utilizadores etc., na utilização deste software; aqui, podem-se, naturalmente, detalhar os seguintes aspectos:
1 – Um grande número de programas que têm, entretanto, surgido no mercado;
2 – O crescente interesse havido nesta área (empresas como a IBM, a Hewlett – Packard “HP”, e aSun Microsystems etc.);
3 – Inovações didácticas no ensino que só agora começam a dar frutos – este aspecto pode ser visto na progressiva implementação da utilização de computadores nas escolas e do inglês;
4 – O surgimento de novos mercados através de financiamentos avultados para implementar estes mercados – observem-se os exemplos dados pelas empresas Linux, Red Hat, Collab.Net, Cobalt Networks, Scriptics, e a Sendmail.
No entanto, apesar de se estar numa fase de bonança tecnocrática no que se refere à introdução de software open-source, observa-se que há uma grande resistência na adopção deste tipo de tecnologia nos sistemas transnacionais que aufiram volumes muito elevados. Mas no que se refere à utilização nos computadores pessoais nota-se que a utilização do Linux é já uma realidade considerável numa faixa de população que está ligada ao trabalho e ao estudo sobre “a imagem”. Estamos, naturalmente, a referir-nos aos designers, web-designers, profissionais de informática (que não façam parte do back-office), produtores multi-plataformas, etc.
Mas será que esta realidade se pode implementar noutros mercados?
Partindo do exemplo de uma marca de automóveis será que ela poderá usufruir deste tipo de software? Os componentes de automóveis podem ser feitos através deste formato? Aqui, observa-se que as marcas de automóveis por vezes só assinam o modelo que estão a propor e isto acontece porque há uma infinidade de interesses comerciais que podem, ou não, ter bases meramente económicas. A marca, em muitos casos, serve apenas para convergir várias marcas sob a égide de um só nome. Vejam-se os exemplos dos carros híbridos e dos sistemas GPS, que numa fase inicial tinham apenas interesses com prevalência científica; no entanto, passadas estas, a questão comercial prevalece sempre. Tal como referimos no início deste artigo, aqui também há problemas económicos e históricos que se referem a questões provenientes de uma grande quantidade de pessoas que compõem as várias indústrias do ramo automóvel. Por fim, importa enumerar os problemas referentes à infoexclusão (por parte dos consumidores e construtores desta indústria), e os que estão relacionados com uma rede deficitária – que causa o gasto de somas monetárias astronómicas. Por isso, sugere-se que este tipo de software ainda requer muita investigação antes da implementação noutras indústrias... Mas, e se pensarmos na implementação de outras realidades profissionais na utilização deste tipo de programas?
Marketing e software “Open Source” – fac-simile...
No século passado, o investigador norte-americano do MIT, Nicholas Negroponte chegou à conclusão de que o nosso software precisa de funcionar como um “Mordomo Inglês” para ter sucesso; ou seja, não precisamos de estar constantemente a “tropeçar” nele para lhe darmos o crédito que ele merece na execução das suas funções. Aqui, se pensarmos em questões de marketing como o product placement e software open source depressa chegamos à conclusão de que, após a resolução de alguns problemas funcionais (que estão relacionados com uma possível invasão de esferas exclusivas de funcionalidades técnicas por parte de estratégias de marketing), brevemente poderá haver publicidade a “inundar” o nosso software open source sem que se pressinta nenhum malefício para a sua função inicial. Já pensou num Open-office a funcionar com o patrocínio da L’Oreal? No fim da redacção de um documento, em vez das opções para guardar, ou não, o texto, poderemos ter, antes dessa opção, uma outra caixa de texto onde se poderá ler: “Open-office, porque você merece...” Ou então, num caso de um sponsoring da destilaria escocesa Famous Grouse, poderá ser “Open-office: no rules, great text...”. Touché... Enfim, em termos publicitários, poder-se-á dizer que é um mercado muito apetecível.
Em suma, observa-se que, apesar de grandes dificuldades, há uma esperança baseada em factos que demonstram que os programas open-source serão uma realidade a curto prazo. Para além de terem adjacentes poupanças que advêm do facto de serem livres, há também uma esperança de benefícios informáticos atendendo a uma maior abrangência de públicos que podem fazer o download destes programas sem estarem a cometer nenhuma ilegalidade. Em termos profissionais haverá mais qualidade na produção, rapidez de processos e eficiência na utilização de recursos – características provenientes de um maior convívio com estes programas em esferas que não se resumem apenas à do emprego porque há a possibilidade de os terem nos PC’s em casa – afinal são programas gratuitos! Por fim, acredita-se que a competição entre esferas comerciais e as de open-source será benéfica para o mercado em geral e para os utilizadores em particular...
Fonte: O Despertar
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