quarta-feira, outubro 12, 2005

Dr. Strangelove - Stanley Kubrick


"The screen is a magic medium. It has such power that it can retain interest as it conveys emotions and moods that no other art form can hope to tackle."
Kubrick, 1970

quinta-feira, outubro 06, 2005

"Laranja Mecânica" completa 30 anos - Parabéns



Podem-me chamar de doente, mas quando estou no dentista, lembro-me do filme com o mesmo nome, se fosse mulher, no ginecologista, lembrar-me-ia de "Gémeos "; no oftalmologista, aí depende: se a consulta se relacionar a procedimentos cirúrgicos, vou desde "O Cão Andaluz", até à "Laranja Mecânica"...
Kubrick pegou na obra-prima de Anthony Burgess, escreveu o guião sozinho - foi o seu primeiro solo - escolheu o elenco, produziu e dirigiu uma "Laranja" inesquecível. No final, só podia mesmo assiná-lo como "um filme de Stanley Kubrick".

Vejam a cena inicial:
Num mundo onde reina a violência - ultra violence, Alex (Malcolm McDowell ) toma leite com drogas, pontapeia um mendigo, briga com uma grupo rival, rouba um carro para causar inúmeros acidentes automobilísticos, veste máscaras de horror e invade um lar, onde destroi tudo, invalida o marido e viola a mulher, enquanto canta "Singing in the Rain". Já em casa, lamentando a jornada de "pouca energia gasta", masturba-se ao som de Beethoven e tem visões apocalípticas...

Tudo isso já seria bastante ultrajante por si só. Mas o público, nesta obra, vê a narrativa contado, em primeira pessoa, por Alex, que se declara "seu humilde narrador" e nos chama de "seus únicos amigos".
Para Donna Haraway, neste filme passa-se, o paradoxo é o yin e o yang do personagem que vêm à tona. E essa é mais uma das características da cyborgização, da hibridização -
Manifest for Cyborgs